25-09-2019 - Quinta de S. Francisco

Salvamento de águia na Quinta de S. Francisco

Salvamento de águia na Quinta de S. Francisco
Para além de ser o local onde se encontra o RAIZ - Instituto de Investigação da Floresta e Papel, a Quinta de S. Francisco é um local de rara beleza e com uma elevada biodiversidade. Testemunho disso são as mais de 400 espécies de flora associadas a uma elevada riqueza faunística, como por exemplo as 62 espécies de aves até agora aqui identificadas.

Uma dessas aves é a águia-de-asa-redonda (Buteo buteo), ave de rapina, muito fácil de observar aqui na Quinta e sobre a qual falámos neste espaço há cerca de um ano. Infelizmente um destes exemplares residentes apresentou recentemente um comportamento pouco usual, ao não conseguir levantar voo do chão, por mais de uma dezena de metros. Uma observação mais atenta permitiu verificar que tal comportamento se devia a perda de visão num dos olhos.

As aves de rapina são conhecidas por terem uma visão muito apurada, sendo capazes de ver presas a quilómetros de distância. Para estas aves predadoras a visão binocular não é só importante para a visualização de presas, é também essencial para o cálculo exato de distâncias entre ramos, que permitem a vida num ambiente tridimensional, que são as florestas.

A perda parcial de visão, mesmo que temporariamente implicaria a falta de nutrição adequada ou a predação por outras rapinas ou mamíferos, como a raposa (Vulpes vulpes), que também habita na área da Quinta de S. Francisco. Para evitar tal fim, foi prontamente chamado o Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente da GNR (SEPNA), que recolheu e transportou a ave para o centro de recuperação de animais selvagens do Parque Biológico de Gaia. Após o período de reabilitação, o destino desta ave dependerá muito da sua potencial recuperação total. Se recuperar será devolvida à natureza, libertada e poderá voltar a voar livremente de novo. No entanto, caso não tenha recuperação total será mantida em cativeiro num espaço adequado e onde poderá ser visitada.

Embora não seja uma espécie ameaçada, a captura e recuperação desta ave permite contribuir para a conservação de espécies selvagens. A Quinta de S. Francisco representa para a nossa empresa um inestimável património natural, científico e histórico-cultural e a sua conservação tem pautado a gestão deste espaço único.



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